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21.2.12

Carnaval, sim ou não?

 
   Caros amigos, pessoalmente não gosto do Carnaval, mas isso não me impede de admirar a animação de muita gente nesta época, só tenho pena que alguns excessos acabem em tantas tragédias!
   As pessoas tornam a vida tão cinzenta ao longo do ano que sabe bem ver alguma folia na época do Carnaval. Poderíamos até transferir a quadra carnavalesca para o Verão ou inventar uma outra festividade idêntica na estação mais quente, do estio, para o pessoal não ter que andar despido em Fevereiro ou a reclamar da chuva que estragou o Corso.
   Bom, tal como eu não gosto do Carnaval, talvez alguns senhores Primeiro-Ministros, também não gostem, mas isso não lhes dá o direito de quererem retirar aos trabalhadores o pouco que ainda lhes resta da vida. Nem só de trabalho vive o ser humano!
   Pensemos bem, a coberto de falsas justificações dizem que o pessoal tem que trabalhar no Carnaval, dizem que há feriados a mais e que esses dias precisam passar a ser de trabalho. Cada dia laboral tem poucas horas de produção e é necessário aumentar as horas de trabalho. As portagens das Auto-estradas já não têm funcionários, os Bancos já não precisam de tantos bancários, os supermercados e outras lojas já têm caixas self-service, e àqueles poucos que ainda têm trabalho irão exigir-lhes o quê? Que trabalhem 16 ou 24 h por dia! Que trabalhem 7 dias por semana! Será que ainda poderão ter direito ao dia de Natal e ao de Páscoa, como acontecia antigamente?
   Os senhores ministros e os economistas saídos destas últimas vagas de cérebros que proliferam no mundo sentem-se atraídos a voltar ao passado desumano onde as pessoas não contavam e apenas os nobres feudais tinham direitos. Essas mentalidades do passado têm conduzido a humanidade a diversas guerras e, como tal, ainda não nos libertámos dessa famigerada maleita, porque todos aqueles que têm primado pelos direitos humanos têm sido esquecidos, combatidos, desprezados ou assassinados, e nos países "democráticos" quem detém o poder não respeita quem os elegeu; e quem os elege não ganha juízo para perceber que o poder está nas mãos de quem vota e não nas de quem é eleito.
   O que fazem os portugueses perante tal situação? "Choram baba e ranho de todo o tamanho"! Mas de pouco lhes serve vitimizarem-se enquanto não decidirem conscientemente tornar-se co-responsáveis pela governação.
   Será que os senhores políticos não percebem como estão a criar um mundo mais inseguro pela forma como governam!? Será que não percebem que a pobreza gera mais violência e criminalidade? Ou será que têm algum interesse oculto em que a situação do seu país e do mundo piore? Se assim for estão de parabéns pois estão no rumo certo. Mas de parabéns poderá ficar a população eleitora que perceber que fez burrada cada vez que tiver elegido governantes de caracacá!
   Bom, diga-se também em abono da verdade que os eleitores votam às cegas pois nem sequer sabem quem irão ser os senhores ministros escolhidos por aquele que for indigitado Primeiro-Ministro! É verdade que também não sabemos quem são os deputados do nosso círculo eleitoral. É verdade que também não nos importamos com coisa alguma até ao momento em que nos sentimos ameaçados e violados naquilo que consideramos os nossos direitos, sim porque enquanto o problema for apenas dos outros, então, eles que resolvam os seus problemas que eu estou fora!
   Devia ser obrigatório toda a gente votar, seria uma forma de responsabilizar cada cidadão por aquilo que acontece no país. Essa obrigatoriedade não pode forçar alguém a votar nos candidatos apresentados, claro, haverá sempre a possibilidade de se votar em branco. E, a legislação e o método eleitoral deverão ser alterados de forma a que sejam contabilizados os votos em branco como cadeiras vazias na Assembleia, assim como não deverá ser possível que o sr. José dos Anzóis, de Faro, se torne deputado por Bragança (que ele nem sequer conhece) nem mesmo por Lisboa ou pelo Porto. Enquanto tudo isto continuar uma "baderna" mal vai o país e o mundo. Não adianta andarem a roubar dinheiro ao povinho se isso servir apenas para pagar aos agiotas sanguessugas que praticam a usura com as nações mais debilitadas, em vez de ser aplicado no desenvolvimento do país!
  Patrícios, compatriotas, companheiros e amigos, vamos deixar de ser piegas, sim porque já foi constatado por altos dignitários que somos piegas, pois temos andado a lastimar-nos e a choramingar em vez de lutarmos contra quem abusa de nós. Os que não são piegas, e estão no Governo, já perceberam que Napoleão fez bem o seu trabalho e deixou neste povo a lição de que "é preciso dividir para reinar". Os cérebros governamentais já perceberam como um povinho egoísta luta entre si apenas para manter as aparências desgastando-se ao ponto de ficar sem forças para combater a raiz do verdadeiro mal.
   Somos um povo que temos relutância em sermos voluntários para ajudar os verdadeiros necessitados, mas somos demasiado voluntariosos para nos tonarmos fiscais das Finanças e denunciarmos tudo e todos em vez de obrigarmos o Estado a ter mais funcionários para fazerem as fiscalizações e reporem a equidade entre os cidadãos. O que leva as pessoas a isso é a inveja e a falta de percepção do que é a verdadeira vida! Temos pena e lamentamos, mas continuamos na mesma pieguice e merecemos que nos chamem piegas enquanto não tivermos a coragem de desempenhar correctamente o nosso papel...

   Senhores ministros, estão mesmo convencidos que estão a conduzir o país para o melhor rumo ao cortarem regalias à população? Ao quererem obrigar as pessoas a trabalhar com falsos argumentos de que isso é necessário para melhorar o país? Qual país? O das pessoas que ficam sem emprego, sem casa, sem comida, sem esperança e com verdadeira vontade de se suicidarem? Se este for o rumo traçado, então estão no bom caminho. Mas, se os vossos objectivos forem verdadeiramente nobres e responsáveis, então, estarão a seguir o rumo errado. E, nem seria preciso eu dizer isto porque qualquer pessoa consciente consegue ver o que está certo e o que não está. O grande problema, o busílis da questão são os valores que falam mais alto e esses não são os éticos nem os morais mas, sim, os monetários, o que é uma pena. Mas, também digo aos senhores ministros que não têm tido a coragem de fazer as coisas certas que existe uma lei universal que se chama "da acção e da reacção" ou "causa e efeito" e essa não foi elaborada por nenhum poder legislativo terreno mas todos os governantes estão sujeitos a ela, e os governados também... felizmente.


Mentes Mesquinhas

 
   "A vida está muito difícil!" e "O momento é de crise!", são algumas das afirmações que se podem ouvir neste momento em Portugal, na Grécia, em Espanha, na Itália e noutros países europeus... E a "crise" continuará e ficará pior enquanto cada pessoa não pretender melhorar a sua forma de pensar e de agir.
   Terrível forma de pensar e de proceder, o egoísmo leva as pessoas a olharem para si como vítimas e para os outros como culpados do seu azar na vida!
   Os políticos tornaram-se subservientes aos investidores financeiros e esqueceram o investimento social. Mas os políticos não são os únicos responsáveis por este estado de situação. Cada um de nós tem a sua quota parte de responsabilidade.

As pessoas, comeram, beberam e dançaram alegremente enquanto o dinheiro jorrava de fontes que pareciam inesgotáveis. Pouco importava qual a natureza dessas fontes e qual o preço a pagar no futuro. Todos queriam ficar ricos ou mais ricos, quanto mais depressa melhor, pouco importava como os Bancos faziam multiplicar o seu dinheiro. Que importa que o "meu" Banco faça aplicações de capital em negócios fraudulentos como o "subprime" americano? Que importa que os juros sejam provenientes de "paraísos fiscais"? Que importa que os grandes negócios que fazem o meu dinheiro render mais tenham origem em empresas indianas ou chinesas que à custa de mão-de-obra escrava obtenham lucros fabulosos? Nada disso importa se os "meus" lucros me fizerem não pensar em todo o sofrimento que foi necessário para eu alcançar o merecido prazer! Sim, porque eu mereço! Eu mereço ter mais dinheiro "ganho" com os investimentos na Bolsa, "ganho" nos juros que o meu Banco me oferece. Eu mereço ir de férias para um paraíso que me oferece tudo a que eu tenho direito a baixo preço. Eu mereço tudo isso, só não mereço que o meu patrão me obrigue a trabalhar mais horas 
por dia como o empregado do hotel para onde eu ia de férias, não mereço ter que trabalhar tanto como o empregado de mesa que me servia as refeições, não mereço trabalhar nos dias feriados como o vendedor que me impingia bugigangas baratas nas férias, nem mereço tantas outras coisas ruins como todos esses trabalhadorzitos que se matam a trabalhar para me oferecerem mordomias baratas e que levam para casa salários de miséria.
   Será que ainda ninguém ouviu falar na lei da acção e reacção ou as pessoas, simplesmente, não querem acreditar nela por se acharem acima dessas contingências!?
   Será que a vida é apenas colher sem semear? Será que é semear qualquer porcaria para colher do bom e do melhor? Por certo não será, até temos um ditado que nos lembra que "quem semeia ventos colhe tempestades!"

   Neste meu país muita gente se indignou por perder feriados que já haviam sido dedicados ao descanso e à companhia de familiares e amigos, muita gente se indignou por ser obrigado a trabalhar no dia de Carnaval. Mas, por exemplo, ninguém se coíbe de ir passear para os Centros Comerciais aos Domingos e feriados, não evita ir ao supermercado ao Domingo, nem dispensa ir usufruir de certos serviços públicos no dia de Carnaval, simplesmente porque nesses dias os Centros Comerciais, os supermercados e as Repartições públicas se encontram abertos, apesar dos empregados das lojas, ou dos funcionários públicos, não poderem estar com as suas famílias nesses momentos.

   Queremos sempre alguma coisa, de preferência que seja boa e não queremos perder seja o que for, mas raramente perdemos tempo a pensar na nossa contribuição para o bom funcionamento da sociedade e das pessoas que a integram, que "eles" nada mais são do que nós como um todo!
   Ficamos incomodados com as regalias que os outros têm nos seus empregos e dizemos que eles possuem mordomias, e  aborrecemo-nos por perder as nossas, desejamos mesmo que os outros não possam ter mais do que nós, como se isso fosse melhorar ou suavizar a nossa infelicidade. Quando o comum cidadão não quer ficar satisfeito com as boas condições de trabalho do seu vizinho, porque haveriam de se preocupar os políticos e os economistas com esta gentinha de mente mesquinha?

   Talvez quando as pessoas se olharem como um todo
indissociável das partes e começarem a querer que os outros possam ter aquilo que elas próprias desejariam para si, a felicidade lhes venha bater à porta, sendo que esta se abre para dentro de cada um e não para fora, que escute isto quem tiver ouvidos e que o leia quem tiver olhos. O bem-estar duma sociedade precisa de ser nivelado de forma positiva, por aquilo que é melhor, e não pela falta de condições para todos. Isso faz-se através da consciência, quer de empregados como de patrões.
   Enquanto quisermos que os outros deixem de ter algo para podermos ser somente nós a usufruir seja do que for, enquanto acharmos que dalguma forma somos superiores a quem quer que seja e que temos direito a merecimentos dos quais os outros não são dignos, não teremos merecimento de receber aquilo que desejamos. E, se alguma coisa recebermos, isso será ilusório e efémero porque não tem bases consistentes. Por esse motivo as empresas vão à falência e a Europa se encontra em "crise", como em crise está o mundo todo mesmo que alguns não o demonstrem e outros não o queiram ver...