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18.11.11

Casa onde não há pão...


   Diz o antigo ditado: Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. E o pão está a acabar em muitos lares da Europa...

   Meus amigos, quer queiramos quer não, nós europeus, temos necessidade de passar a olhar uns para os outros de forma diferente da que fazemos hoje. Estamos juntos, mas, separados ao mesmo tempo. Continuamos nacionalistas, a olhar unicamente para o próprio umbigo, como se não fôssemos todos responsáveis pelo que nos acontece e pelo que acontece aos outros!
   Enquanto imperar o egoísmo no seio dos estados-
-membros da UE, ao invés de se salvarem alguns como querem pretender, iremos todos cair no charco.
   Já o disse, e volto a repetir, precisamos criar uma verdadeira união onde os eurodeputados não sejam meros elementos decorativos, juntamente com um presidente do Conselho Europeu e um presidente da Comissão Europeia que de mãos atadas têm de se render às vontades de apenas dois estados-membros, os quais tomam decisões por todos os outros.
   Precisamos inventar uma língua comum e lembrarmo-
-nos que foi por causa dos nacionalismos que a Europa sempre viveu em guerra.
   É chegada a hora da pacificação onde ninguém é superior a ninguém. Vejamos a seguir um exemplo, que é o espelho de como os alemães se vêem perante os outros, mas, de como afinal somos todos apenas células do mesmo corpo. Não adianta guerrearmos, o melhor é cooperarmos. O que prejudica um faz mal a todos e o que ajuda uns beneficia a todos.

   Esta carta aberta foi escrita por um cidadão alemão dirigida ao povo grego responsabilizando-o pela situação da Europa e publicada na revista alemã Stern. A resposta veio a seguir, dada por um grego, mostrando como uma visão deturpada muda toda a realidade.
João Galizes

Depois da Alemanha ter tido de salvar os Bancos,
agora tem de salvar também a Grécia

Os gregos, que primeiro fizeram alquimias com o euro,
agora, em vez de fazerem economias, fazem greves!

   Caros gregos,
   Desde 1981 pertencemos à mesma família.
  Nós, alemães, contribuímos como mais ninguém para um Fundo comum, com mais de 200 mil milhões de euros, enquanto a Grécia recebeu cerca de 100 mil milhões dessa verba, ou seja a maior parcela per capita de qualquer outro povo da U.E.
   Nunca nenhum povo até agora ajudou tanto outro e durante tanto tempo.
   Vocês são, sinceramente, os amigos mais caros que nós temos.
   O caso é que não só se enganam a vocês mesmos, como nos enganam a nós.
   No essencial, nunca mostraram ser merecedores do nosso Euro. Desde a sua incorporação como moeda da Grécia, nunca conseguiram, até agora, cumprir os critérios de estabilidade. Dentro da UE são o povo que mais gasta em bens de consumo.
   Vocês descobriram a democracia, por isso devem saber que se governa através da vontade do povo, que é, no fundo, quem tem a responsabilidade. Não digam, por isso, que só os políticos têm a responsabilidade do desastre. Ninguém vos obrigou a fugir, durante anos, aos impostos, a opor-se a qualquer política coerente para reduzir os gastos públicos e ninguém vos obrigou a eleger os governantes que têm tido e têm.
   Os gregos são quem nos mostrou o caminho da Democracia, da Filosofia e dos primeiros conhecimentos da Economia Nacional.
   Mas, agora, mostram-nos um caminho errado. E chegaram onde chegaram, não vão mais adiante!!!

   Na semana seguinte, a revista Stern publicou uma carta aberta de um grego, dirigida a Wuelleenweber:

    Caro Walter,
   Chamo-me Georgios Psomás. Sou funcionário público e não “empregado público” como, depreciativamente e por insulto, se referem a nós, aos meus compatriotas, os teus compatriotas.
   O meu salário é de 1.000 euros. Por mês, hem!... não vás pensar que é por dia, como te querem fazer crer no teu país. Repara que ganho um valor que nem sequer é apenas inferior em 1.000 euros ao teu, que é de vários milhares.
   Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas auto-estradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc... Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da UE, os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.
   A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo desastre da Grécia. Para isso contribuíram muito algumas grandes empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados de costas para o ar.
   Sei que ainda não dás crédito ao que te escrevo. Tem paciência, espera, lê toda a carta, e se não conseguir convencer-te, autorizo-te a que me expulses da zona-
-euro, esse lugar de VERDADE, de PROSPERIDADE, da JUSTIÇA e do CORRECTO
.
    Estimado Walter,
  Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou. QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter saldado as suas obrigações para com a Grécia.
   Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações estipuladas), e que consistem em:
1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;
2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-
-guerras, que ascendem hoje a 593.873.000 dólares.
3. Os empréstimos em obrigações que contraiu o III Reich em nome da Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3.500 milhões de dólares durante todo o período de ocupação.
4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações, perseguições, execuções e destruições de povoados inteiros, estradas, pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7.100 milhões de dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.
5. As incomensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960 gregos (38.960 executados, 12.000 mortos como dano colateral, 70.000 mortos em combate, 105.000 mortos em campos de concentração na Alemanha, 600.000 mortos de fome, etc. etc.).
6. A tremenda e incomensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos ideais humanísticos da cultura grega.

   Amigo Walter, sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.
   Mas, mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.
   Amigo Walter: na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se incluem todos os colossos da indústria do teu País, as que têm lucros anuais de 6.500 milhões de euros. Muito em breve, se as coisas continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel, sem Skoda. Deixaremos de comprar produtos do Lidl, do Praktiker, da IKEA.
 Mas vocês, Walter, como se irão arranjar com os desempregados que esta situação criará, que por aí os vai obrigar a baixar o seu nível de vida, perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as suas excursões sexuais à Tailândia?
 Vocês (alemães, suecos, holandeses, e restantes ”compatriotas” da zona-euro) pretendem que saiamos da Europa, da zona-euro e não sei mais de onde.
   Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que jogamos se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.
   E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já que vocês também disso são devedores da Grécia:
EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!
   Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.
   E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.

Cordialmente,

Georgios Psomás

Fonte: Recebido por e-mail

Como diríamos em Portugal: "Ou há moralidade ou comem todos!"
   
   Não nos esqueçamos que em Portugal a megalómana e desnecessária obra do TGV também era uma imposição alemã (Siemens), falta-me descobrir se a imperiosa, mas desnecessária, construção do novo aeroporto de Lisboa também teria o dedo dos alemães!

  Todos precisamos de ser respeitados, respeitemos, pois, os outros...

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