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13.1.12

Areia para os olhos... ninguém merece!

   Gostaria que alguém me explicasse se, afinal, este país já não necessita dum novo aeroporto na região de Lisboa! E porque é que agora não precisa, mas antes era tão necessário?
   Afinal, é preciso ou não?

   E o tal comboio de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, que iria circular numa linha paralela à daquele outro comboio, também de alta velocidade, que já existe entre o Porto e Faro, e que teria que passar pelo tal novo aeroporto de Lisboa que fazia muita falta, agora o trenzinho também já não é necessário?

   Quando alguém vos disser alguma coisa duvidai dela, mesmo que vos garantam que seja verdadeira e imperiosa.

   Hoje em dia, da forma como a vida se nos depara, aquilo que "é verdade" e o que "é necessário" é subjectivo (pois não é verdade nem necessário para todos).

   Parece que o aeroporto de Lisboa, o velhinho aeroporto da Portela, estava a rebentar pelas costuras (melhor será reforçarem-se as costuras) e também era muito perigoso, pois parece que os aviões poderiam cair no meio da cidade, em cima dos prédios, do trânsito e das pessoas, demasiado era o perigo e redobrados eram os cuidados e precauções com o bem-estar da população com que todos os políticos se importam. Agora aguentem, porque parece que não há dinheiro para os aviões caírem nem tampouco para apanhá-los se eles tiverem a infeliz ideia de continuarem a insistir em querer despenhar-se em cima dos prédios, do trânsito e das pessoas!

   É interessante analisarmos como países pobres, aliás, com mentes pobres de espírito a governá-los, encontram justificações para levarem a água aos seus moinhos. No sul de Espanha encontra-se um território governado por britânicos, um povo rude e bárbaro que não se preocupa minimamente com os seus cidadãos nem com os incautos turistas que visitam a cidade e por isso, pasmem só, têm um aeroporto que atravessa a cidade ou uma estrada que cruza o aeroporto, como queiram.

Gibraltar
 A estrada cruza a pista do aeroporto

 A pista do aeroporto cruza a estrada
Quando, de carro, eu cruzei a pista, a princípio,
nem me apercebi onde estava a passar... e depois
custou-me a acreditar que fosse mesmo verdade!
 A estrada tem semáforos e cancelas... 

...como se fosse uma passagem de nível
de comboios, só que esta é de aviões!

Se tiver interesse por estes temas e quiser conhecer outros aeroportos curiosos: clique aqui

   Agora digam-me com sinceridade: acham que isto é digno dum povo civilizado, na Europa? Acham que os turistas irão querer continuar a visitar Gibraltar? Receio que os britânicos possam estar a ficar mal vistos por causa desta e doutras situações insustentáveis no século XXI, precisariam de aprender algumas coisitas com os portuguesitos.

   Eu gosto mesmo é de políticos de países pequeninos mas que adoram mostrar aos grandes que são mais do que eles, são mais em alguma coisa, são mais no aspecto, na imagem que transmitem para o exterior e para o seu povinho, pois gostam de se pavonear e mostrar um embrulho bonito ao redor duma cesta, mas com fruta podre lá dentro. É isso mesmo, fruta podre; mas cuidado!, basta uma peça em más condições para contaminar todas as outras.

Macau

   Gostaria que os portuguesitos, em geral, e os alfacinhas em particular, não ficassem tristes por não terem o tal novo e tão necessário aeroporto, afinal de contas ter coisas novas é sempre agradável, em especial quando são boas, bonitas e baratas (de preferência), e ainda por cima necessárias. Mas, dizia eu, não fiquem tristes porque se não forem ter um aeroporto sempre poderão ter na memória, ou no conhecimento, que os altruístas portugueses construíram um em Macau, em Novembro de 1995, quatro anos antes de terem que entregar a administração do território à República da China. Durante praticamente todo o séc. XX nunca lá gastaram um tostão, mas tiveram necessidade de oferecer um aeroporto aos pobrezitos dos chineses. Mas não foi um aeródromo qualquer, fiquem tranquilos, foi um aeroporto internacional, construído sobre o mar, pois claro! Ficaremos satisfeitos, ainda mais, se soubermos que o território "vizinho" de Macau, a antiga colónia britânica de Hong Kong só viu o seu aeroporto inaugurado em 1998, três anos depois daquele construído pelos portugueses, e um ano depois dos britânicos (os tais inconscientes de Gibraltar) terem entregue o seu território à República da China. Podemos orgulhar-nos de sermos mais que os ingleses, fomos mais rápidos na construção da obra e mais beneméritos, pois oferecemos primeiro aos chineses um aeroporto, coisa que os ingleses não conseguiram fazer.

 Terreno para a pista conquistado ao mar

   Agora já sabemos que é mais fácil aos senhores chineses que compraram a parte de leão da EDP poderem vir de avião a Portugal ver se os dividendos estão a crescer ou a minguar, bem como será mais fácil a qualquer chinês da Região Administrativa Especial de Macau poder vir fazer os seus lucrativos negócios em Portugal; que não seja pela falta de um aeroporto que Macau e os seus chineses possam ir à falência ou ter que entrar em regime de austeridade como acontece a quem não constrói novos aeroportos!



   Caramba, nem tudo é para chorar, nem tudo está perdido! Afinal continuamos com o velhinho Alfa-
-Pendular, entre Lisboa e Porto, que possui tecnologia mais avançada que o, agora descartado, TGV, pois o que já temos apresenta maior comodidade para os passageiros, é mais barato e quase tão rápido como aquele que nos queriam impingir - sabiam disto?




   




   Se não fosse aborrecer-vos muito ainda vos falaria dos 10 imperiosos estádios de futebol, do imperioso estádio oferecido por Portugal à Palestina (custo:
2 milhões), das auto-estradas (com e sem portagem), e de submarinos urgentes mas agora não dá, pois preciso ir, rapidinho, comprar um aparelho à TDT para poder continuar a ver TV
.

   Mas se isto vos servir de consolo - que isso eu não acredito que possamos ter com os disparates alheios - ainda vos digo que em Espanha também se vivem dramas devido a construções faraónicas executadas com capital financiado e que agora se percebem que não têm utilidade alguma, como é o caso da Marina Desportiva de Laredo sem barcos (na Madeira aconteceu o mesmo), e o aeroporto de Castellón - Costa Azahar que se encontra às moscas sem licença para operar. Pelo menos o de Macau tem passageiros e o de Alcochete-"Jamé" não chegou a desperdiçar o dinheiro todo que estava previsto esbanjar-se numa obra desnecessária.

   Bom, mesmo, será quando os políticos e os governantes vierem a ter consciência e perceberem que saúde, habitação condigna e empregos remunerados são bem mais importantes que estádios, auto-estradas, comboios rápidos e novos aeroportos.

   Por isso se vos disserem que o momento é de austeridade e que temos que pagar mais impostos por ser imperioso, não acreditem, pois neste país tudo é necessário, imperioso e verdadeiro, mas não para o povo...

   Se algum de vós se lembrar de ter pedido dinheiro emprestado para estas despesas, então, sim, cumpram as suas obrigações, e honrem a vossa palavra, pagando-
-as, caso contrário, está na hora de exigirmos aos irresponsáveis que paguem os estragos que fizeram, e continuam a fazer, ao país promovendo a austeridade que agora exigem a toda a população.

   Não acreditem em tudo os que vos dizem, mesmo que pareça credível ou verosímil, reflictam e pensem pelas vossas cabeças, embora melhor, mesmo, fosse pensarmos com o nosso coração!

João Galizes

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