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21.2.12

Mentes Mesquinhas

 
   "A vida está muito difícil!" e "O momento é de crise!", são algumas das afirmações que se podem ouvir neste momento em Portugal, na Grécia, em Espanha, na Itália e noutros países europeus... E a "crise" continuará e ficará pior enquanto cada pessoa não pretender melhorar a sua forma de pensar e de agir.
   Terrível forma de pensar e de proceder, o egoísmo leva as pessoas a olharem para si como vítimas e para os outros como culpados do seu azar na vida!
   Os políticos tornaram-se subservientes aos investidores financeiros e esqueceram o investimento social. Mas os políticos não são os únicos responsáveis por este estado de situação. Cada um de nós tem a sua quota parte de responsabilidade.

As pessoas, comeram, beberam e dançaram alegremente enquanto o dinheiro jorrava de fontes que pareciam inesgotáveis. Pouco importava qual a natureza dessas fontes e qual o preço a pagar no futuro. Todos queriam ficar ricos ou mais ricos, quanto mais depressa melhor, pouco importava como os Bancos faziam multiplicar o seu dinheiro. Que importa que o "meu" Banco faça aplicações de capital em negócios fraudulentos como o "subprime" americano? Que importa que os juros sejam provenientes de "paraísos fiscais"? Que importa que os grandes negócios que fazem o meu dinheiro render mais tenham origem em empresas indianas ou chinesas que à custa de mão-de-obra escrava obtenham lucros fabulosos? Nada disso importa se os "meus" lucros me fizerem não pensar em todo o sofrimento que foi necessário para eu alcançar o merecido prazer! Sim, porque eu mereço! Eu mereço ter mais dinheiro "ganho" com os investimentos na Bolsa, "ganho" nos juros que o meu Banco me oferece. Eu mereço ir de férias para um paraíso que me oferece tudo a que eu tenho direito a baixo preço. Eu mereço tudo isso, só não mereço que o meu patrão me obrigue a trabalhar mais horas 
por dia como o empregado do hotel para onde eu ia de férias, não mereço ter que trabalhar tanto como o empregado de mesa que me servia as refeições, não mereço trabalhar nos dias feriados como o vendedor que me impingia bugigangas baratas nas férias, nem mereço tantas outras coisas ruins como todos esses trabalhadorzitos que se matam a trabalhar para me oferecerem mordomias baratas e que levam para casa salários de miséria.
   Será que ainda ninguém ouviu falar na lei da acção e reacção ou as pessoas, simplesmente, não querem acreditar nela por se acharem acima dessas contingências!?
   Será que a vida é apenas colher sem semear? Será que é semear qualquer porcaria para colher do bom e do melhor? Por certo não será, até temos um ditado que nos lembra que "quem semeia ventos colhe tempestades!"

   Neste meu país muita gente se indignou por perder feriados que já haviam sido dedicados ao descanso e à companhia de familiares e amigos, muita gente se indignou por ser obrigado a trabalhar no dia de Carnaval. Mas, por exemplo, ninguém se coíbe de ir passear para os Centros Comerciais aos Domingos e feriados, não evita ir ao supermercado ao Domingo, nem dispensa ir usufruir de certos serviços públicos no dia de Carnaval, simplesmente porque nesses dias os Centros Comerciais, os supermercados e as Repartições públicas se encontram abertos, apesar dos empregados das lojas, ou dos funcionários públicos, não poderem estar com as suas famílias nesses momentos.

   Queremos sempre alguma coisa, de preferência que seja boa e não queremos perder seja o que for, mas raramente perdemos tempo a pensar na nossa contribuição para o bom funcionamento da sociedade e das pessoas que a integram, que "eles" nada mais são do que nós como um todo!
   Ficamos incomodados com as regalias que os outros têm nos seus empregos e dizemos que eles possuem mordomias, e  aborrecemo-nos por perder as nossas, desejamos mesmo que os outros não possam ter mais do que nós, como se isso fosse melhorar ou suavizar a nossa infelicidade. Quando o comum cidadão não quer ficar satisfeito com as boas condições de trabalho do seu vizinho, porque haveriam de se preocupar os políticos e os economistas com esta gentinha de mente mesquinha?

   Talvez quando as pessoas se olharem como um todo
indissociável das partes e começarem a querer que os outros possam ter aquilo que elas próprias desejariam para si, a felicidade lhes venha bater à porta, sendo que esta se abre para dentro de cada um e não para fora, que escute isto quem tiver ouvidos e que o leia quem tiver olhos. O bem-estar duma sociedade precisa de ser nivelado de forma positiva, por aquilo que é melhor, e não pela falta de condições para todos. Isso faz-se através da consciência, quer de empregados como de patrões.
   Enquanto quisermos que os outros deixem de ter algo para podermos ser somente nós a usufruir seja do que for, enquanto acharmos que dalguma forma somos superiores a quem quer que seja e que temos direito a merecimentos dos quais os outros não são dignos, não teremos merecimento de receber aquilo que desejamos. E, se alguma coisa recebermos, isso será ilusório e efémero porque não tem bases consistentes. Por esse motivo as empresas vão à falência e a Europa se encontra em "crise", como em crise está o mundo todo mesmo que alguns não o demonstrem e outros não o queiram ver...

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