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22.1.11

Falsos e Verdadeiros Heróis


Falsos e Verdadeiros Heróis

Cristiano Ronaldo! Quem é? Toda a gente sabe responder: Jogador de futebol, considerado melhor jogador do ano 2008, entre outros galardões.


José Mourinho! Quem é? Toda a gente sabe responder: eleito como melhor treinador do mundo em 2010, conhecido até como “The Special One”.


E Oskar Schindler!? Muita gente também sabe quem foi, talvez menos gente saiba algo sobre ele porque não foi jogador de futebol, nem ficou famoso noutros desportos, mas foi exaltado pelo famoso realizador cinematográfico: Steven Spielberg, que o imortalizou no filme Lista de Schindler, mostrando como aquele antigo membro do partido Nazi salvou 1200 judeus dos campos de concentração alemães na Grande Guerra II.

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Quem sabe alguma coisa acerca de Aristides de Sousa Mendes? Poucos, muito poucos, mesmo. Infelizmente são poucas as pessoas que saberão responder quem foi o antigo cônsul diplomático que salvou cerca de 30.000 pessoas, na maioria judeus, de morrerem ou serem torturados pelos alemães durante a ocupação da França na Grande Guerra II. Será por ter sido português!? Não creio, pois os dois primeiros “heróis” mencionados neste artigo também são portugueses e são reconhecidos mundialmente. Será que não conhecem o cônsul por ter sido castigado pelo Governo ditatorial da época?

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"A 8 de Julho de 1940, Aristides, de volta a Portugal, será punido pelo governo de Salazar, que priva o diplomata de suas funções por um ano, diminuindo em metade o seu salário, antes de o enviar para a reforma. Além disso, Sousa Mendes perde o direito de exercer a profissão de advogado. A sua licença de condução, emitida no estrangeiro, também lhe é retirada.

O cônsul demitido e sua família, bastante numerosa, sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa, que facilitou a alguns dos seus filhos os estudos nos Estados Unidos. Dois dos seus filhos participaram no Desembarque da Normandia.

Ele frequentou, juntamente com os seus familiares, a cantina da assistência judaica internacional, onde causou impressão pelas suas ricas vestimentas e sua presença. Certo dia, teve de confirmar: "Nós também somos refugiados".

Em 1945, Salazar felicitou-o por Portugal ter ajudado os refugiados, recusando-se no entanto a reintegrar Sousa Mendes no corpo diplomático.

A sua miséria será ainda maior: venda dos seus bens, morte de sua esposa em 1948, emigração dos seus filhos. [...].

Aristides de Sousa Mendes faleceu muito pobre, a 3 de Abril de 1954, no hospital franciscano em Lisboa. Não possuindo um fato próprio, foi enterrado com um hábito dos monges franciscanos."
Fonte, link: Wikipédia
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Um homem grandioso no seu espírito. De coração aberto. Profundamente humano. Salvou da morte milhares de pessoas que não praticavam a mesma religião que ele, nem tinham a mesma nacionalidade. Possuíam ideais, concepções e projectos de vida diferentes dos dele, mas nem por isso deixou de ajudar essas pessoas. Porquê? Porque estava em causa algo mais importante do que simples divergências de pontos de vista. Estava em perigo a vida de milhares de pessoas inocentes que poderiam ser condenadas à tortura e à morte se fossem apanhadas em território ocupado pelas forças militares germânicas.


Auschwitz 

Qual foi a recompensa do cônsul pelo seu acto heróico? Foi ser demitido do seu cargo, impedido de exercer a sua profissão na advocacia, e impedido de ter uma vida condigna por não lhe serem pagas as remunerações que lhe eram devidas.

Aristides não olhou às consequências que o seu gesto lhe poderiam acarretar, preocupou-se apenas com a questão humanitária de pessoas que não eram seus familiares nem seus amigos, mas que nunca esqueceram o que aquele homem fez por eles sem qualquer interesse pessoal e contra a vontade do Governo do seu país. Recebeu algum pagamento por parte de quem ajudou a abandonar Bordéus rumo à liberdade? Não, apenas recebeu o carinho e o afecto na memória e as esmolas de quem conseguiu salvar-se e nunca pôde retribuir 
de outra forma esse gesto nobre.

E dos seus conterrâneos actuais, o que recebe hoje? Nem a lembrança de quem foi ou daquiloo que fez. Poder-se-á dizer que hoje existem algumas instituições com o seu nome, que honram a sua memória, é verdade. Mas, outros que nada contribuem para a verdadeira felicidade e bem-estar da humanidade, recebem elogios e são principescamente remunerados apenas para divertirem a população com um passatempo, tipo brincadeira infanto-juvenil, que se assemelha a um espectáculo romano com gente pedindo a execução dos gladiadores que se combatem na arena diante dos seus olhos.
 


São estes os valores que a nossa sociedade defende?
São estes os heróis que serão imortalizados nas páginas da História para as gerações futuras?
São estes homens que recebem milhões, enquanto outros morrem de fome, que serão lembrados no futuro?
São estes os homens que nos protegem de ditadores assassinos ou nos curam de doenças terríveis? Não me parece, mas são eles os eleitos pela população. 


É esta a civilização a que chamamos evoluída?
Fazer o quê em relação a tudo isto?
Apenas sei dizer que é difícil compactuar com tamanhas injustiças...
O que fazer, depende da consciência de cada um. Daquilo que pretendemos na vida, para nós e para deixarmos às gerações futuras...


Espero, sinceramente, que as pessoas consigam mudar os seus critérios e o rumo da nossa sociedade, para melhor... porque para pior já basta assim!


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