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29.7.12

Por uma sociedade sem armas...

O presidente dos EUA é recebido pelo chefe de polícia Dan Oates, e prefeito de Aurora, Steve Hogan. Foto: Reuters

   A sociedade norte-americana apresenta conceitos nada democráticos nem salutares para a vida em comunidade, onde os inocentes acabam por pagar a insanidade de quem tem acesso ao mercado legalizado das armas. Dizem que comprar armas é um direito dos cidadãos para se poderem proteger. Não sei de quê nem de quem se quem compra armas passa, ele próprio, a constituir um foco de perigo. As pessoas lamentam-se do ocorrido mas nada fazem para modificar e melhorar a situação.

   Ao contrário do que seria de esperar a atitude social não mudou, após a tragédia num cinema da cidade de Aurora no estado do Colorado o que ocorreu foi uma corrida à compra de armas, como se isso resolvesse o problema!
João Galizes

Cartoon

“Vende-se” / “Vendido”

   «Novamente o mundo assiste perplexo a mais um massacre nos Estados Unidos. E, novamente, a sociedade norte-americana chora os seus mortos. Nenhuma novidade. Lá são inúmeros os casos de pessoas, aparentemente insuspeitas, que planearam cuidadosamente cada detalhe de uma chacina e a colocaram em prática com objectos encontrados em estabelecimentos comerciais.
»No dia 20 de Julho, um jovem de nome James Holmes, equipado com colete à prova de balas, capacete, máscara anti-gás e armado de pistola, espingarda e carabina, entrou num cinema em Aurora, no Colorado, lançou granadas de gás e disparou contra os espectadores matando 12 deles e ferindo outras dezenas. De acordo com a polícia, James Holmes não tinha antecedentes criminais, o que significa dizer que até o dia do massacre James não infringiu a lei, excepto uma multa de trânsito em 2011. O jovem não comprou o armamento e as munições das mãos de traficantes ou contrabandistas. Foi tudo adquirido dentro da lei em lojas legalizadas.
»James Holmes comprou quatro armas, dentre elas uma carabina semi-automática calibre .223. Armas com esse calibre podem ser encontradas em qualquer mercado nos Estados Unidos e a sua aquisição não requer nenhum exame psicotécnico, depende apenas do dinheiro. Na Bas Pro Shop, uma das lojas visitadas por James, uma carabina desse calibre, semi-automática, Remington R-15 VTR Predator, custa US$ 1.149,99. Apesar de ser vendida como arma de caça, o seu calibre foi desenvolvido por empresas dos Estados Unidos para o exército daquele país que, depois da Segunda Guerra Mundial, concluiu que precisava de um munição mais leve que a tradicional 7.62, afim de que os seus soldados tivessem mais precisão de tiro e pudessem carregar consigo mais balas. O campo de provas desse novo calibre foi a selva vietnamita nos anos 60.
O mercado não se importa em produzir artigos que possam, fatalmente, resultar na morte dos seus consumidores. O sistema económico vigente consiste no tripé: produção em massa/consumo/descarte. Para mantê-lo é preciso criar perfis de consumo que nem sempre são baseados em necessidades reais. É preciso produzir, não importa a que preço. Basta rotular um maço de cigarro com “O Ministério da Saúde adverte…” ou uma garrafa de bebidas alcoólicas com “Se beber não conduza” para que se redima a culpa da indústria pelas mortes decorrentes de doenças respiratórias e acidentes de trânsito. A indústria de alimentos despeja todos os dias nos supermercados produtos que serão responsáveis por doenças cardíacas, cancerígenas, e de diabetes. A indústria química, proibida de vender agrotóxicos nos países ricos, vende-os a preço de banana para as nações do Terceiro Mundo.
»Nos Estados Unidos a indústria cinematográfica e de armamento andaram sempre de mãos dadas. Hollywood tem sido uma montra para o lobby das armas. É a forma mais eficiente de publicidade. Raramente um filme americano na TV ou no cinema não tem pelo menos um personagem disparando armas, mesmo em comédias ou filmes românticos como Ghost e Titanic. Assim como os filmes de Humphrey Bogart e James Dean estimularam muita gente a fumar, Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis certamente inspiraram outros tantos a comprar pelo menos uma pistola.
»E aqui fica a pergunta. Por quê tanta perplexidade com a acção de James Holmes? O atirador do Colorado não fez nada que a sociedade e o mercado não conhecessem e incentivassem. Ele foi até à loja, comprou máquinas de matar de forma legal e fez exactamente o que se espera delas: matou. James Holmes é portanto um consumidor, e o mercado agradece. A indústria de armas não vai parar por causa das vidas ceifadas à bala naquele cinema em Aurora, muito menos pelos mortos em ataques de aviões não-
-tripulados norte-americanos no Paquistão e no Afeganistão. É tudo negócio, nada pessoal.
»Mais importante do que nos debruçarmos sobre o perfil psicológico de James Holmes é analisar o carácter da Constituição  que tornou possível a sua acção brutal.»

Carlos Latuff

Fonte: CartaCapital


Nós e os Outros


   Estou cansado de ver crianças e adultos morrerem de fome em África, crianças e adultos serem escravizados na Ásia, crianças e adultos tendo que roubar para comer na América Latina, crianças servindo de soldados nas guerras, mulheres e crianças sendo obrigadas a prostituírem-se fora dos seus países por causa do tráfico humano. A ordem dos factores é arbitrária, e qualquer uma destas situações se pode passar em qualquer um dos continentes. E começo a estar farto, muito farto mesmo de gentinha engravatada que anda a roubar de forma autorizada em todo o mundo. Estou cansado de ouvir lamentações de gentinha que vive tranquila, rodeada de frivolidades, encafuadas no seu mundinho como se lá fora tudo estivesse calmo e sereno dentro da normalidade.

   Se também, você Leitor, achar que aquilo que é preocupante na sua vida for os aumentos da energia e os impostos sobre os bens alimentares ou nas portagens das auto-estradas, e o aumento do desemprego, sem sequer parar para pensar que enquanto não olharmos e vermos com atenção aquilo que está a acontecer ao redor do mundo, então, preocupante poderá ser mesmo o tipo de vida que esteja a levar. Indigne-se contra a forma como está a ser tratado em Portugal, mas não se esqueça que não é o único a ser maltratado em todo o mundo.

   Estou preocupado com o que está a acontecer em Portugal e no resto da Europa, por um motivo, eu acreditava que as conquistas no Velho Continente seriam um exemplo para melhorar o resto do mundo; e o que vejo eu? Vejo os governantes da velha Europa coniventes com as atrocidades praticadas em todo o mundo e ainda considerando que ao invés de se melhorar as condições de vida de toda a população mundial aquilo que há a fazer é piorar as condições de vida daqueles que estão melhor.


   Precisamos no entanto reflectir que aqueles que até há poucos anos estavam na mó de cima, como europeus e americanos, vivem em países que nos últimos séculos exploraram outros povos com intuitos meramente financeiros sem se preocuparem com questões sociais. No meu país há um ditado que diz: "Cá se fazem, cá se pagam!"


   Erros do passado resultam do tipo de mentalidades da época. O que já não é admissível é que se continue a perpetuar o erro apesar de toda a informação que existe. É que antes as pessoas ainda podiam justificar que não sabiam o que se estava a passar no resto do mundo, mas hoje já não mais desculpas, a informação está aí.


   No Brasil diz-se que os portugueses roubaram o ouro, como se isso fosse a coisa mais grave! Eu pergunto: o que fizeram aos índios, e aos escravos africanos? E o que se continua hoje a fazer aos  indígenas, aos africanos e aos pobres? Quer seja no Brasil, no resto da América do Sul, na América do Norte, em África ou na Ásia e na Europa...

   Hoje tudo se vende, tudo se permite em nome do dinheiro. É até autorizado que se possam cometer grandes barbaridades sociais em nome do lucro financeiro. Não importa com quem se fazem transacções comerciais desde que isso seja lucrativo para alguém, o que não significa que seja benéfico para a maioria da população. Países onde não se respeitam os direitos humanos são tratados nas palminhas das mãos, como os EUA, a China ou Angola, e outros são desprezados e condenados ao ostracismo e ao embargo económico como é o caso de Cuba.

   Se não houver uma união de todas as pessoas movidas pelas injustiças que se cometem contra os outros povos não esperem que a vida de cada um possa melhorar. O barco é só um e o afundamento dos outros arrasta todos por igual.

2.7.12

Fofoca
O bem que não vemos

   «Interessante como todos desejam o bem, a paz e a harmonia, porém insistem em cultivar o mal. Basta que ouçamos os noticiários, as conversas entre as pessoas nos lugares públicos, com algum conhecido que encontramos, para notarmos que todos os comentários e assuntos giram em torno de más notícias. Dificilmente ouvimos alguém falar sobre bons acontecimentos, gestos generosos de alguma pessoa, e tantas coisas boas que há no mundo. Todos têm o hábito de enfatizar o mal. Tudo isso nos dá a falsa impressão de que o mundo está perdido e de que estamos todos num barco à deriva, sem direcção.
   »Isso não é real. Basta que cada um de nós evite dar tanta importância ao mal e busque dar mais atenção ao bem que existe.
   »O mal só existe porque o alimentamos. Quando deixarmos de ressaltar o que não é bom, com certeza tudo fluirá duma forma melhor, mais leve, e as nuvens escuras dos maus pensamentos que nos circundam se dissiparão e poderemos ver a vida como um lindo dia, com o Sol a raiar em toda a sua plenitude.»