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4.7.13

Quem Agita o Brasil e Por Quê?




Tal como aconteceu com a Primavera Árabe, em 2010, quando “alguém” agitou as massas populares para alterarem a ordem muçulmana estabelecida no Norte de África e poderem ser alcançados objectivos estipulados, também agora, possivelmente “alguém” poderá ter incentivado a população brasileira a reclamar pelos seus direitos. Mas, quem e por quê? Vale a pena ler o texto que se segue…

«Os protestos de rua no Brasil continuam. A maioria dos que se manifestam não pertencem a qualquer partido político e não têm qualquer líder com quem as autoridades possam negociar para responder com uma solução às exigências. Tudo começou com um grupo de descontentes da classe média, e com residentes das periferias mais pobres, perante um aumento anunciado nas tarifas dos transportes públicos. Os preços já eram altos e o novo aumento despoletou a indignação dos utentes dos transportes públicos nas grandes cidades.

»No Brasil, os transportes públicos são alvo frequente de muitas críticas. Muitos brasileiros despendem um total de 5/6 horas diárias para ir trabalhar e voltar para casa. O descontentamento popular foi estimulado pela divulgação, nas redes sociais, como um movimento que parecia organizado, com muito material de propaganda sobre “gastos milionários de dinheiros públicos” para a construção dos locais e eventos do Campeonato Mundial de Futebol, em 2014; e dos Jogos Olímpicos em 2016. Cartazes escritos à mão apareciam nas manifestações, dizendo que nem todos os brasileiros vivem para o futebol ou recordes olímpicos: “Queremos transporte público moderno, educação de qualidade, serviços de saúde e garantia de emprego”. Ouviram-se também gritos de luta contra a corrupção. O “boom desportivo” aparece quase sempre, na opinião pública, associado com corrupção no Governo e “ligações mutuamente vantajosas” para membros do Governo com empresas construtoras e círculos financeiros, e empresariais em geral. Segundo as primeiras estimativas, as manifestações começaram com um número entre 300 e 500 pessoas que se manifestavam em torno do “Movimento Passe Livre” (MPL). E os protestos continuam (...)

»As convocações para os protestos surgiram em páginas anónimas do Facebook, que “mobilizavam” utentes dos transportes públicos. A origem dessas páginas está a ser investigada, mas ainda não há informações seguras, embora haja várias conjecturas. Por exemplo, no dia 19 de Junho, a página brasileira duma comunidade de “Direitos Humanos” publicou uma foto em que se via o proprietário da empresa, Mark Zuckerberg, exibindo um cartaz em que se podia ler: “Não são os 20 centavos!” #ChangeBrasil!”

»São bem conhecidos os laços que unem o início da carreira empresarial de Zuckerberg à CIA. Os contactos foram muitos e sabe-se que a CIA financiou o início de seu negócio. Zuckerberg tem também contactos estreitos com a Agência de Segurança Nacional dos EUA [orig. U.S. National Security Agency (NSA)], os quais não são segredo para ninguém. Difícil acreditar que Zuckerberg se tenha envolvido por iniciativa própria nos protestos, no Brasil (e ainda mais difícil que tenha passado, repentinamente, a preocupar-se com o preço dos transportes públicos).

»’Slogans’ de “luta para mudar” sempre são bem-
-sucedidos em campanhas nas universidades e instituições de ensino superior. Os estudantes sempre se apresentam como vanguarda na luta pelos direitos sociais e políticos. Como novidade, agora, no caso do Brasil, os manipuladores que actuam nesses sectores não conseguiram, até ao momento, criar lideranças centralizadas em nenhum dos protestos de rua.


»Mas o modo como os serviços secretos dos EUA operam, esse sim, acaba de ser revelado por Edward Snowden: tudo faz crer que a actividade no Brasil e em vários outros países já esteja em andamento, tratada como os EUA tratam o que definem como “ameaça de nível elevado”.

»A contra-espionagem brasileira e os serviços de investigação policial já trabalham no sentido de identificar quem se possa ter infiltrado nos movimentos do Brasil. Também se investiga o “uso hostil” das redes sociais. Mais de 80 milhões de pessoas são utilizadores da internet no Brasil; e 140 milhões usam telemóveis. É claro que ‘slogans’ construídos para desestabilizar o quadro sócio-político no Brasil circulam nessas redes. E há também ONGs, e agentes, que operam através da embaixada dos EUA, como, também, a partir dos escritórios da USAID no Brasil – exactamente como em todo o mundo. 'Blogueiros' brasileiros interessados em estudar as tendências das manifestações já observaram que só houve grandes concentrações populares em cidades nas quais operam gabinetes de representação diplomática, ou comercial, dos EUA – na capital, Brasília; no Rio de Janeiro; São Paulo; Belo Horizonte, e Porto Alegre, dentre as principais.

»Hoje, como se sabe, está a operar no Brasil uma das maiores bases organizadas da CIA e dos serviços secretos militares dos EUA no mundo. O coordenador político dessas operações no Brasil é o Embaixador Thomas Shannon.[1] Pode-se tomar como um facto absolutamente verdadeiro que o embaixador Shannon está ocupado, a tempo inteiro, com o “despertar o gigante sul-americano”.

»Os protestos de Junho continuarão pelo mês de Julho e, em grande medida, já começam a afectar a imagem que o Brasil oferecia ao mundo, de país bem-sucedido no seu projecto de desenvolvimento com orientação social.

»Em Outubro de 2014 haverá eleições presidenciais no Brasil; a actual presidente Dilma Rousseff é candidata a um segundo mandato. Nesse contexto, qualquer acção para desestabilizar o seu Governo é apresentada como tentativa dos adversários políticos, com olhos nas eleições: “Estão nos testando.”

»De início, as autoridades de alguns estados responderam com extrema dureza aos manifestantes. A presidente Rousseff condenou o “uso de força excessiva” pelas Polícias Militares dos estados.

»Há muitos no Brasil que se opõem a “governos de esquerda” e sentem que, nos dez anos de Lula da Silva e de Dilma Rousseff “o regime corrompeu-se” e que, por isso, tem de ser mudado. Não admitem continuar afastados do poder federal por mais quatro anos. Ao analisar os eventos em curso no Brasil, vários politólogos brasileiros já comentaram que a Presidente e o seu Governo foram colhidos de surpresa pelos acontecimentos, e que a Presidente até teve de cancelar uma visita programada ao Japão. Depois de várias reuniões com ministros e especialistas, a Presidente Dilma adoptou a única via de acção possível: uma rota de conciliação, de não confrontação que atearia ainda mais as paixões. Disse, essencialmente, que apoia os manifestantes. Em comunicado ao país, pela televisão, disse que se orgulha de tantos brasileiros desejarem lutar por um futuro melhor para o país. Enfatizou que em nenhum caso admitiria que se realizassem eventos desportivos internacionais à custa de verbas públicos retiradas de programas sociais.

»Na tentativa para conter a onda de protestos, Dilma Rousseff sugeriu que se realizasse um “plebiscito” cujas decisões orientarão uma reforma política de fundo a ser feita no país. O plebiscito deve levar, posteriormente, à convocação duma Assembleia Constituinte, com poderes para alterar amplamente a Constituição vigente. Todos esses planos enchem de preocupações as elites financeiras brasileiras. A oposição à Presidente Dilma entende que “o projecto Lula-Dilma de modernização sócio-política” os levará na direcção dum “regime populista” semelhante ao de Hugo Chávez.

»O Governo de Obama já está a fazer tudo o que esteja ao seu alcance para impedir tal coisa.
»Hoje, está a criar a Aliança Pacífica,[2] unindo quatro países da região – México, Colômbia, Peru e Chile – sob o comando dos EUA. Do ponto de vista de Washington, a Aliança Pacífica, dentre outros efeitos, ajudará a limitar a influência do Brasil no hemisfério ocidental e criará “um poderoso contrapeso geo-estratégico à expansão do Brasil”. Sob vários pretextos, o Pentágono está a organizar exercícios armados conjuntos com países vizinhos do Brasil – Trindade e Tobago, Suriname, Guiana e Peru. Na essência os EUA estudam um futuro teatro de operações militares. A 4.ª Frota dos EUA patrulha as regiões do Oceano Atlântico próximas dos depósitos de petróleo da plataforma continental brasileira. Os EUA farão todos os esforços para enfraquecer os aliados e parceiros do Brasil na região, a começar por: Venezuela, Equador, Nicarágua e Cuba. A reaproximação entre a OTAN e a Colômbia também se explica, em parte, como projecto para criar mais um “factor de pressão” sobre o Brasil.

»Os protestos continuam. Começam a aparecer também detalhes sobre as condições desumanas em que vivem as populações ao redor dos estádios (dos antigos e dos que estão a ser construídos) e sobre a violência das “desocupações” e operações para “limpar” as áreas dos elementos considerados “perigosos”, com imagens da forma como as casas dos mais pobres estão a ser demolidas para construção de novas edificações, sem as necessárias indemnizações aos proprietários anteriores. O Governo central  está a ter de responder por acções de governadores e prefeitos, autoridades locais.

»Os eventos no Brasil estão a ser acompanhados pelos meios de comunicação ocidentais em todos os detalhes. Politólogos avaliam a acção das várias imprensas locais como operação deliberada para comprometer a imagem do Brasil e a capacidade do país para organizar grandes eventos desportivos internacionais. Não faltou sequer quem dissesse que o Campeonato Mundial de Futebol devesse ser cancelado, por não poder, o país, dar garantias de segurança aos jogadores e espectadores.

»O que se viu agora, na “Taça das Confederações” pode ser considerado como um ensaio geral do que será presenciado em futuros eventos desportivos no Brasil. Tudo para pressionar o país, em questões e interesses que nada têm a ver com o desporto...»

Fonte:
[Manifestações BR] Quem Agita o Brasil e Por Quê?

Strategic Culture: Who is Shaking Up Brazil and Why

Referências:
[1] Sobre ele, ver http://portuguese.brazil.usembassy.gov/pt/ambassador.html. Sobre seus contatos no Brasil, ver, dentre outros telegramas e artigos, 26/11/2012, “WikiLeaks – “Serra e o PSDB, contra a Petrobras”, em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2011/11/wikileaks-serra-e-o-psdb-contra.html; 6/12/2010, “EUA tentaram usar Saito e Jobim para venda dos caças”, em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2010/12/brazil-eua-tentaram-usar-saito-e-jobim.html, dentre outros muitos telegramas Wikivazados [NTs].
[2] Ver 31/5/2013, “Jean-Luc Mélenchon: URGENTE! Impedir o acordo secreto entre UE e EUA (TTIP)” traduzido em http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/05/jean-luc-melenchon-urgente-impedir-o.html [NTs].

Um comentário:

  1. Tinha recebido o post no meu mail.
    Só um comentário se revela adequado - revoltante!!
    Boa semana!

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