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18.3.12

Vamos ser activos...

 

   Meus amigos, vamos tornar-nos mais activos e menos passivos, e fazer justificar o trabalho policial. Estamos descontentes? Vamos provocar desacatos, seja onde for, o importante é que a polícia tenha que fazer alguma coisa!

   Segundo notícia veiculada pelos órgãos de comunicação, o Ministério da Administração Interna está a estudar o encerramento de esquadras de atendimento da PSP, em Lisboa e no Porto, que apresentam uma produtividade "muito baixa".



   Significa isto que a segurança da população se mede em produtividade dos agentes policiais, os nossos representantes da lei deixaram de ser um elemento dissuasor da criminalidade e de prevenção do crime para se tornarem elementos duma cadeia produtiva, que apenas justifica a sua existência se houver crimes. Isto é, "depois de casa arrombada tranca-se a porta"!
   Para os actuais Governos, imbuídos do moderno conceito numérico-económico-financeiro, tudo é mensurável numericamente ou produtivamente, como se a segurança da população fosse apenas uma figura de estilo! Não importa evitar a criminalidade, interessa, sim, arranjar motivo para a a intervenção policial. Se assim é, vamos então provocar umas brigas em frente das esquadras para que estas não sejam encerradas. Não precisaremos ficar preocupados se passarmos a ter cadastro policial motivado por essas ocorrências, porque isso não será impedimento para arranjar emprego, aliás, como impedimento para se conseguir trabalho já nos bastam as políticas governamentais. Além do mais, sabemos de antemão que causar desacatos ou provocar roubos são actos mediáticos e, como tal, um trampolim para se conseguir um status social. Os exemplos não faltam, transmitidos por qualquer estação de televisão (como se de tempo de antena se tratasse) ou apresentados nas capas, e artigos, das revistas de cusquices (às quais gostam de chamar imprensa cor-de-
-rosa).

 Arizona - EUA  -  Foto-link

   Vejamos o quadro apresentado no chamado "país mais desenvolvido do mundo" e "exemplo a seguir" (!!!):

Prisões privadas nos EUA – Juízes corruptos condenam até crianças sem advogado.

   Cinco mil crianças no estado da Pensilvânia, EUA, foram consideradas culpadas, e até duas mil foram presas por dois juízes corruptos que recebiam contribuições de construtores e proprietários de prisões privadas que beneficiavam das decisões.Os dois juízes consideraram-se culpados num caso de ganância e corrupção que ainda se está a desenrolar. Os juízes Mark A. Ciavarella Jr. e Michael T. Conahan receberam 2,6 milhões de dólares em compensações por mandar prender crianças que muitas vezes nem tinham acesso a um advogado. O caso oferece um vislumbre extraordinário da vergonhosa indústria das prisões privadas que está a florescer nos Estados Unidos (EUA).Vejamos a história de Jamie Quinn. Quando tinha 14 anos, foi presa por quase um ano. Jamie, agora com 18 anos, descreveu o incidente que a conduziu à prisão.“Entrei em discussão com uma das minhas amigas. E tudo o que aconteceu foi uma discussão normal. Ela deu-me um estalo e eu fiz-lhe o mesmo. Não havia marcas, nem testemunhas, nada. Era apenas a palavra dela contra a minha.”
   
   Chega-se ao cúmulo de, nos EUA, existirem prisões privadas, tratando-se de organismos particulares, estas, são entidades com fins lucrativos, assim, necessitam de prisioneiros, logo, é preciso que haja criminalidade! Será o exemplo americano aquele que se pretende seguir? Cuidado, a maçã tem bicho por dentro! Em breve se perceberá que já não podemos comê-la... está podre.

   Basta! Quando será que as pessoas voltarão a perceber que a vida, e a sua qualidade, não é quantificável numericamente ou de forma material? Há valores que precisam de ser restaurados, aliás, implementados, pois nunca existiu uma sociedade verdadeiramente justa. Apenas algumas se poderão ter aproximao de valores nobres e altruísticos, mas estão  a desaparecer, e apenas restam algumas vontades de que o mundo seja um local justo. Infelizmente predomina a mentalidade "produtiva" e de obtenção de bens materiais pelo menor valor a pagar.

   Por falar em mentalidade produtiva, esta ideia faz-me voar para o conceito de competitividade e de país que precisa de ser mais produtivo, onde será que tudo isto nos irá levar? À produção de mais crimes? É o que acontece quando se detioram as condições de vida da população! E então, agora ainda vão querer tirar-nos as esquadras?

   Ser pró-activo (como é moda dizer-se hoje) não basta! Ser pró-activo, diz o dicionário é "ser a favor de"... E o que é preciso, mesmo, é ser-se ACTIVO, passar-se à práctica (sei que esta palavra há  muitos anos que perdeu o C, mas que importa já isso neste momento? Isto faz parte doutra batalha que não esta aqui e agora), e abandonarmos a passividade, a inactividade.

George Clooney esta manhã durante a detenção 
foto-link

   Veja-se o caso do actor George Clooney, ele foi recentemente detido por ser "activista" numa causa (a defesa do povo do Sudão do Sul). Ele não se deixou ficar passivamente assistindo ao desenrolar da situação, ele manifestou-se com todas as consequências que isso possa implicar. O que vemos hoje é que as pessoas se deixam envolver pelo medo, ou pelo comodismo, e deixam de participar na vida, tornam-se meros espectadores em vez de desempenharem o seu papel de actores, é pena! Se não nos motivarmos por causas justas, em defesa dos outros, um dia também nós iremos ter necessidade de ajuda e ninguém irá ter vontade ou disponibilidade de nos dar a mão...

   Será que ainda alguém acredita que tudo quanto nos fazem é  uma obrigação imposta pelo algoz chamado Troika? Será que as pessoas ainda não perceberam que tudo não passa duma estratégia de pessoas (dum extremo ao outro da UE - o que inclui o Governo português) com ideias neo-liberais de que tudo é economia de mercado? Será que ninguém percebe que se, com alguma dificuldade, conseguimos aceitar que se possam sacrificar uns poucos para garantir a sobrevivência da maioria, já não conseguimos compreender que se sacrifique a maioria para regalo duns poucos?

   Bem, uma coisa eu preciso de dizer aos descontentes que têm eleito os Governos do nosso país (ou àqueles que se têm marimbado para os actos eleitorais e nem sequer têm ido votar - 42% da população calou, e "quem cala consente", admite, aceita, concorda): se não gostamos da comida que nos põem no prato temos que mudar de refeição, mas lembrem-se, já provámos outros pratos (antigas e actuais receitas) e ainda estamos com azia! Aliás, eu diria mais, a minha revolta de estômago já me fez deitar fora tudo o que me têm vindo a enfiar goela abaixo! A minha indigestão ainda persiste, espero conseguir deitar depressa a mão aos sais-de-frutos ou temo que possa vir a contrair alguma rejeição alimentar!
   Está na hora de começarmos a cozinhar novos alimentos, novas refeições, em vez de ficarmos à espera daquilo que nos querem servir.

João Galizes

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