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13.4.12

Viva a Islândia

A file photograph dated  27 October 2008, shows then Prime Minister of Iceland Geir Haarde.  EPA/MARKKU OJALA
Geir Haarde, Ex-PM islandês (2005-2009)

   Felizmente nem todos os países são condescendentes com os seus responsáveis governamentais, que causam prejuízos ao seu povo, como acontece com o povo português, que nem se digna a participar nos actos eleitorais, nem se preocupa com as razias causadas pelos políticos no nosso país.

   Os políticos portugueses fazem falsas promessas, mentem, fazem o contrário do que prometeram nas campanhas eleitorais,  fazem negociatas chorudas, depauperam os cofres do erário público e saem ilesos de tudo isto como se não tivessem qualquer responsabilidade sobre o estado em que deixam a nação.
Mapa - Estados-Membros da UE em 1986 © Stefan Chabluk   No passado cheguei a pensar que a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE) fosse benéfica, pois achava que iria fazer evoluir o país, que iria aproximar os salários nacionais dos restantes salários da Comunidade! Pensei que iria tornar a Justiça mais justa e imparcial!

Alm. Gago Coutinho Nota 20$00   Pensei que a troca de moeda, do velhinho escudo, quase centenário, pelo jovem euro pudesse ser benéfica e que ajudasse Portugal a aproximar-se  de outros valores europeus. Bem, pelo menos isso é verdade, em parte, aproximou-nos dos preços pagos no resto da Europa, nalguns casos até nos tornou "mais evoluídos", com preços mais elevados, só não aproximou os salários!

   A verdade é que a entrada de Portugal no Clube dos países ricos ajudou e muito... ajudou aqueles que eram vigaristas a ficarem mais ricos e a continuarem impunes perante os seus abusos descarados. Havia sido descoberto um grandioso Eldorado, um filão inesgotável, que não possuía mão policial nem fiscais muito atentos ou severos nas penalizações aos prevaricadores... Era o paraíso, praticamente, quase fiscal: Pedir e gastar sem ter que pagar, e a dívida... para mais tarde recordar. "Quem vier atrás que feche a porta!"
   Então, demitem-se governantes, mudam-se Governos e tudo continua na melhor das aparentes tranquilidades! Uns candidatam-se à Presidência (e mais tarde conseguem-
-no), outros partem para a ONU, outros para a Comissão Europeia, outros entregam-se à divagação política e outros, ainda, fazem jus ao seu nome trocando diplomas dominicais por conceituados estudos filosóficos (melhor em Paris do que em Atenas!).


   Eis, senão quando, nos vêm dizer que o País andou a gastar de mais e agora há que pagar as dívidas. O País!? Quem? Eu!? Não me lembro de querer submarinos, comboios, aeroportos, estádios, auto-
-estradas paralelas nem outras tantas barbaridades de bradar aos Céus! Também ainda não entendi (claro que entendi) porque tem o país que pagar juros elevados aos Bancos quando o BCE lhes empresta dinheiro a 1% e a nós nos fazem pagar com a língua de fora! (Mas isso já é outra história pela qual os senhores Primeiro-Ministros também não são chamados a responder).

   Felizmente há países que têm formas diferentes de encarar a realidade. Na Islândia, o Governo em vez de entregar dinheiro dos contribuintes aos Bancos deixou-os falir. Fez um referendo para saber se haveriam de pagar aos credores estrangeiros, aqueles que andaram a brincar aos investimentos e a obter lucros com dinheiro especulativo e não produtivo, e finalmente decidiu levar o seu governante, responsável por toda a trapalhada, a tribunal.

   «O "segredo" para esta saída da zona de risco, diz Gylfi Zoega, professor de Economia na Universidade da Islândia, foi "deixar os Bancos entrar em default em relação com as obrigações para com os Bancos estrangeiros". "O principal factor por detrás do arrepiar caminho da Islândia foi a depreciação das taxas de câmbio e o facto de grande parte dos custos da bancarrota do sistema bancário ter recaído sobre os credores estrangeiros e não sobre os contribuintes islandeses", afirma, também, Jon Danielsson, economista islandês, actualmente professor na London School of Economics. Ele é de opinião que "esta é a estratégia correcta para os contribuintes noutros países com sistemas financeiros em crise - o povo nada teve a ver com as decisões dessas instituições financeiras sofisticadas e não há razão alguma para resgatar quem quer que seja".»

   Lembram-se de quando surgiram as dificuldades financeiras na Islândia nos terem dito que o mesmo não iria acontecer connosco, portugueses, por estarmos na UE? Afinal, parece que não é bem assim! A Islândia teve a inteligência de não ter aderido à UE, e de bem ou mal tomar as suas decisões com soberania, ao contrário do que acontece com os portugueses.

   Em Dezembro do ano passado (2011) muita gente ficou escandalizada com uma afirmação socretina: "as dívidas não são para se pagar!". A verdade é que ao longo da História muitas nações não pagaram as suas dívidas e hoje são grandes potências mundiais, como os EUA, a Inglaterra ou a Alemanha. Apesar de ter sido um péssimo Primeiro-Ministro, nalguma coisa o senhor engenheiro/arquitecto/filósofo teve razão: as dívidas não são para se pagar.
   
   Será que, por aqui, ainda um dia conseguiremos assistir a uma coisa assim? Ou, terei que passar o tempo
a lamentar a época em que as pessoas descontentes confabulavam contra ditadores que mantinham as injustiças sociais, e ainda a actual falta de coragem dos militares de outros tempos que punham termo a situações ingratas, decidindo a vida do país pela reposição da democracia?
   Somos um país que soube terminar com a ditadura
mas, que não sabe pôr fim à escravatura!

   Creio que só poderei compreender toda esta apatia e resignação através da interpretação de estatísticas que me dizem que dentre os 27 estados-membros da UE, o Povo português se considera mais feliz do que os romenos, os húngaros, os letões e os búlgaros (4 países do antigo Bloco de Leste). Nada maus, pois ainda poderia ser pior, caso a UE tivesse mais países, é que antes estávamos em 14º entre os 15 estados-membros! Não admira que tenham querido promover o Fado a Património Cultural, deve ser para adormecer o povo e mantê-lo resignado com tamanhas faltas de respeito por parte da classe política.

   Tudo isto não passa de ingratidão e falta de memória de cada povo, ou nação, para com os outros, é a Lei da Ganância e do triste Ego em acção!

   Resta-me o consolo de que "a esperança é a última a morrer!" E com isso me sobeja a convicção de que ao fundo do túnel se encontra a Luz da Justiça, da Verdade e do Bem.

João Guerreiro

Fontes: RTP Notícias
                  Expresso
             Público
             
i-online
                  Vídeo



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